O que é que nos está a acontecer?

(O vídeo abaixo tem legendas em inglês - se por acaso não percebe checo, ligue-as!)

Vivemos na região selvagem da Grécia, no norte do Peloponeso. Nas altas montanhas, a meia hora do mar. Numa casa que não está ligada a nenhuma rede eléctrica.

Com os nossos três filhos mais pequenos (7, 5 e 1 ano de idade). Com os vizinhos mais maravilhosos de todo o lado. E com amigos à volta.

Incrível. Viva. Borbulhante.

E muito desafiante...

Porque é que estamos a pedir ajuda financeira ?

Tivemos o nosso primeiro inverno. As temperaturas têm sido semelhantes às da Boémia, nas Terras Altas, com chuva gelada e neve ocasionais. Estamos a uma altitude de 750 metros, rodeados por dois mil metros de montanhas. Temos uma casa na propriedade - um antigo armazém onde nunca ninguém viveu. Tem apenas uma divisão grande, e é aí que vivemos agora. É um edifício de tijolo sem reboco, chão de cimento, janelas de vidro único com frinchas, portas de metal, sem isolamento em lado nenhum. Só há água fria a correr. A temperatura interior no inverno é de cerca de 10 graus. É apenas um pouco mais alta quando o aquecimento está ligado. Condições espartanas! (A antiga cidade de Esparta fica a dois passos de distância). Temos solários e fogões, fizemos todo o tipo de modificações.

Ironicamente, as crianças não se queixaram de nada, foram óptimas. Provavelmente porque colocámos conscientemente o bem-estar da família em primeiro lugar. Quando os pais estão bem, os filhos estão bem... Façam as coisas com calma, não sejam escravos do vosso sonho. Reforçar as relações e o convívio, em vez da perfeição do ambiente.

Com todas as obras realizadas até agora, atingimos o nosso limite financeiro este ano. Não temos dinheiro para fazer mais melhorias na casa este ano. Por isso, estamos a pedir apoio.

Temos um grande desejo - passar o próximo inverno dentro de casa, sem um casaco! Se nos apoiar, será de facto um presente muito QUENTE.

Eis o que faremos se conseguirmos angariar dinheiro

Temos amigos por cá, alguns deles são carpinteiros, marceneiros e construtores especializados. Ofereceram-se para nos ajudar gratuitamente em tudo o que precisarmos. E que o trabalho estaria concluído no inverno (ou em outubro/novembro). Se comprarmos os materiais, podemos começar de imediato.

Especificamente, planeamos:

1) Isolar toda a casa. Ou seja, estrutura de madeira à volta das paredes exteriores, enchimento de palha+argila. O mesmo para o teto de cima.

2) Novas janelas e portas. Fazer novos buracos nas paredes e reequipar tudo, oito janelas e cinco portas no total.

3) Fechar o terraço com uma parede. Serão criadas duas novas divisões: um pequeno quarto e uma casa de banho.

4) Chão! Em parte de madeira, em parte de barro. Tudo isolado.

5) Água quente! Às vezes, só sabemos o valor destas coisas quando não as temos...

Claro - o orçamento para tudo isto parece exceder em muito o montante que estamos a pedir. Mas não é bem assim. Consultámos os habitantes locais sobre tudo (na verdade, eles são de toda a Europa) e eles sabem como fazer as coisas a baixo custo. Por exemplo, utilizamos algumas janelas antigas provenientes de estaleiros de salvamento, o mesmo acontece com as portas, reciclamos materiais antigos.

Se escolhermos o montante, é realista que todos os itens da nossa lista se tornem realidade.

Porque é que voámos para o sul, em primeiro lugar?

Vivemos juntos na República Checa durante os últimos dez anos. Achamos que é o país mais bonito para se viver, em muitos aspectos. Se olharmos um pouco à distância, não entendemos as pessoas que estão sempre a queixar-se de alguma coisa na República Checa (claro - há sempre alguma coisa para se queixar, não que não haja!) Na nossa opinião, a República Checa é um paraíso.

Mas - a Marta é uma italiana pura e tem sangue no corpo com uma tonalidade azul do... mar! E ainda não há muito disso na República Checa. Se Marta morresse um dia com o facto de não ter realizado o seu maior sonho (viver junto ao mar), é impossível...

O que é que Michal diz? "Temos uma vida maravilhosa na Boémia - conforto, paz, segurança. Uma bela trajetória até à reforma. Mas, de repente, a vida ofereceu-nos uma carta completamente diferente - e nela há coisas que sempre me atraíram muito e que vão ao âmago, à verdadeira essência do ser."

Por isso, fomos em frente.

Crescemos com o desconforto. Os miúdos vêem tudo, sugam, copiam - não há nada a fazer senão ser o melhor possível. Caímos de boca e flutuamos nas nuvens. A cura é o nirvana. Temos de bater à porta... é mesmo assim.

Há muito para falar, vamos com certeza escrever e partilhar mais sobre tudo isto, mas isso será no futuro, quando houver um pouco mais de espaço.

Numa nota técnica... essas recompensas!

É uma tendência atual. Até tem o seu próprio nome: crowdfunding de recompensas. Por um donativo, o contribuinte recebe algum tipo de recompensa, de pequena a grande, dependendo do montante do donativo. Achamos isto apelativo. Apoiar a criação de um CD e depois ir tomar um café com um membro da banda... um sonho!

No entanto - nós não temos prémios. Em vez disso, oferecemos... nós próprios :-)

Venham e passem um tempo connosco!

Quem contribuir, pode vir! :-)

Bem... na verdade... (se calhar não devíamos dizer isto...) pode vir mesmo que não contribua :-)

Temos um hectare de terreno, um pomar de macieiras e ameixeiras, um bosque de nogueiras, um prado, um rio... muitos sítios para montar uma tenda e descansar no seio da natureza. Se não te importas com as condições básicas, estás à vontade para vir. Ou venha ajudar. Muitas vezes há voluntários de toda a Europa, nós somos anfitriões no programa Workaway, pode encontrar o nosso perfil aqui.

Há um casal a viver na casa ao lado - Steven (da Bélgica) e Chenny (da Holanda). Vivem aqui há 12 anos e construíram o seu próprio pedaço de paraíso, de raiz. Chamaram-lhe Liveloula. Construções naturais, alguns jardins de permacultura, criação de aves... são profissionais que têm feito formação nesta área, organizando workshops e seminários. Sem eles, nem sequer estaríamos aqui - de facto, a partir de certa altura, deixámos de procurar um bom sítio e começámos a procurar boas pessoas... O Liveloula também aceita voluntários, embora a maior parte deles a longo prazo, durante alguns meses. Liveloula tem o seu sítio Web aqui.

A aldeia mais próxima é Seliana, onde se situa o lendário centro ecológico Re-Green, e também passámos por lá como voluntários há dez anos. É um sítio fantástico e com boas pessoas. Também têm óptimas instalações para cursos e eventos.

E depois, claro, há todo o Peloponeso, onde a história grega começou...

Fica a duas horas e meia de Atenas, onde há um comboio e um autocarro.

Pessoas e elenco:

Adultos: Michal (CZ), Marta (ITA)

Crianças: Mia (7 anos), Elio (5 anos), Sasha (1 ano)

Cães, gatos, lagartos, libélulas, tritões. Formigas na caixa do pão e um belo par de chacais atrás do riacho. Uma toupeira muito marota que vem à nossa plantação de tomates!

As pessoas à nossa volta. E as pessoas ao longe - como as que estão a ler esta história neste momento. Por isso, na verdade, também estão perto.

Obrigado a todos pelo vosso apoio!

E estamos ansiosos por vos ver!