Encontrei Athena num passeio noturno em Atenas, Metaxurghio. Estava de pé, impotente, diante de um cão que ladrava para ela, terrivelmente magra e assustada. Era uma espécie de universo a guiar-me. Eu estava a ir para casa e decidi ir dar mais um passeio e passar por onde nunca tinha estado, e ela estava lá, mal se aguentava em pé. Não consegui ir embora, agarrei-a e fomos para casa. Ela disse que estava a salvo.

Ela tem um problema neurológico qualquer, nunca lhe foi possível testar o que era exatamente, mas ela cambaleia ao andar, não tem forças para subir, não consegue comer da tigela, tenho de a alimentar com a colher, não consegue ver bem as profundezas. Foi diagnosticada com PIF em janeiro e ainda estamos a lutar contra isso. Também tem uma marca nos intestinos que parece um linfoma. Foi feita uma ecografia antes e depois do tratamento da PIF, e a marca continua lá. Precisamos agora de fazer uma byopsi para perceber o que é.

Basicamente, ela não é um gato, é um bebé, o meu bebé. Fala comigo e resmunga quando não concorda comigo, é meiga e está sempre a receber as pessoas que chegam ou gatos vadios que vêm buscar comida. Somos uma simbiose, ela viaja comigo para onde quer que eu vá, Inglaterra, França, Albânia, Grécia. E adora beijos e carícias. Dorme comigo e estamos sempre juntos.

Aqui na Grécia, o salário é uma miséria. Já gastei todas as minhas poupanças para o tratamento FIP e estou sem um tostão. Com um salário de 800 euros, não estamos a chegar ao fim do mês, mas não posso dar-me ao luxo de a perder. Ela é a luz da minha vida, a minha única razão para viver. Ela é tudo o que tenho nesta vida para viver, a nossa ligação é muito forte e não me posso dar ao luxo de a perder. Vou precisar de dinheiro para a Byopsi, estão a pedir 500 euros e mais, e eventualmente, no pior dos casos, vou precisar de quimioterapia... e estou desesperada para encontrar uma forma de a ajudar.